Cidades sustentáveis precisam de agenda econômica, social e ambiental sinalizam especialistas

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Debatedores presentes em audiência pública interativa da Comissão Senado do Futuro ressaltaram que o conceito de cidade sustentável vai além do aspecto ambiental. O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGEE), Mariano Francisco Laplane, afirmou que a agenda ambiental é extremamente importante na busca de uma cidade sustentável, mas deve estar atrelada com a sustentabilidade econômica e social.

Uma cidade sustentável e inclusiva deve adequar a agenda de sustentabilidade nas três dimensões (ambiental, econômica e social) a realidades diferentes. Nas grandes metrópoles, a agenda deve procurar mitigar os desastres já produzidos e nas pequenas e médias cidades, a agenda deve buscar evitar que aconteçam.

Laplane ainda destacou a importância de ser priorizada a participação social, já que, segundo ele, a verdadeira transformação das cidades deve partir de dentro para fora, dentro da própria sociedade.

Importância
O presidente da comissão, senador Wellington Fagundes (PR-MT), destacou a relevância do tema para o Brasil e para o mundo e afirmou que o assunto é continuo e dinâmico, não se esgotando em uma ou duas audiências. Para ele, não existe uma receita de bolo pronta para a cidade do futuro e as soluções devem vir adaptadas à realidade de cada cidade. “Tornar uma cidade sustentável é torná-la mais humana, solidária justa e acolhedora. É integrá-la ao meio ambiente para que ela passe a fazer parte dele” disse.

Saneamento básico
O professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Oscar de Moraes Cordeiro Netto Oscar, destacou a insustentabilidade das cidades brasileiras em relação ao tratamento de esgoto, ao uso da água é à gestão de resíduos sólidos urbanos. Segundo ele, apenas 12,5% dos lares brasileiros urbanos possuem um bom atendimento em esgotamento sanitário. Além disto, 40% do que se coleta da água é desperdiçado e não é faturado pelos prestadores de serviço e existe uma ausência de informações e monitoramento sobre o que se produz de lixo.

Por isso, um novo modelo de gestão dos serviços de saneamento básico está entre as propostas de sustentabilidade apresentadas pelo pesquisador. “A gestão dos resíduos sólidos urbanos, na nossa região, já beira a insolvência” lamentou.

Oscar de Moraes afirmou que o problema do saneamento não está nas leis ou regulamentos e sim na prática. Segundo ele, os governantes não dão prioridade para o tema, que é tratado de forma pulverizada. O professor da UnB defendeu, entre outras propostas na busca de sustentabilidade, soluções descentralizadas para o tratamento de esgoto, incentivos maiores para reutilização de água, instrumentos fiscais para favorecer a reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos a redução da perda de água e utilização de águas subterrâneas.

Plano Plurianual
A gerente do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Nazaré Lima Soares, afirmou que o Plano Plurianual 2016-2019 do ministério pretende explorar o zoneamento ambiental em escala municipal. Para isto, está sendo realizada uma agenda muito próxima com o Ministério das Cidades com o objetivo de identificar prioridades e aumentar o diálogo com a sociedade.

Da Agência CNM, com informação da Agência Senado

Fonte: http://www.cnm.org.br/noticias/exibe/cidades-sustentaveis-precisam-de-agenda-economica-social-e-ambiental-sinalizam-especialistas